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Tudo ao Molhe e Fé no Verão
Terça, 30 Agosto 2022 e Quarta, 31 Agosto 2022
Coordenadores: Inês Barracha, Karl Own, Rita Barracha e Rui Coelho
II Live and Loud Fest: Portimão também é para roqueiros
Depois do sucesso da primeira edição, com duas enchentes na Alameda da Praça da República, o centro da cidade de Portimão voltou a receber centenas de pessoas para o II Live and Loud Fest, nos dias 30 e 31 de agosto, com o nobre propósito de assistir a concertos de rock. Este ano houve bandas de tributo aos eternos The Doors (30 de agosto) e The Beatles (31) e dois projetos de originais: The Twist Connection (30) e The Mirandas (31).
Claro que a equipa do Modo não iria deixar fugir esta oportunidade de ver tanta gente junta em Portimão sem ser em torno de sardinhas e bailarico, pelo que marcou presença numa barraquinha simpática, situada ao lado da venda de algodão doce e porco no espeto.
Durante duas noites, o MODO teve sessões de VJ analógico na fachada da Igreja do Colégio; apresentou-se aos curiosos; aos interessados vendeu merchandising em nome próprio, do festival e das bandas; e, se inscreveu novos sócios, é porque a conversa estava boa. Na verdade, tínhamos chupa-chupas a 50 cêntimos. Talvez tenha sido por aí.
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Num evento organizado pela Associação Cultural Marginália, com o incansável Paulo Filipe à cabeça, o primeiro “brinde” do cartaz foi a subida ao palco dos The Twist Connection, gente de Coimbra com barba mui rija. Chegavam a Portimão com a pedalada própria de quem, por exemplo, esteve há pouco tempo no Festival Paredes de Coura; e, em bom português, partiram a loiça toda. O rock, nomeadamente o português, está bem e recomenda-se nas mãos desta banda liderada por Kaló, que canta e toca bateria de pé, neste caso enclausurado numa camisa apertadinha de manga comprida, ainda estou para saber como - ainda por cima numa banda sem slows que permitam respirar entre músicas. Ah, valente.
I really wanna stay here all night: exclamou, logo à entrada, avisando ao que vinha, João Campos, o frontman dos Dead Cats Dad Rats (DCDR), que vieram a Portimão celebrar os The Doors. Já acelerada, a noite tornou-se memorável ao som de LA Woman, Riders on the Storm ou The End. No fim, antes de os DCDR se fazerem à estrada, de volta para Lisboa, o vocalista confessava à presidente Inês Barracha que, sim, senhor, o público portimonense tem vida. Só lhe ficou bem.
Ao segundo dia, rock soul e blues foram os condimentos que os The Mirandas levaram para o palco. Atitude e sentimento à flor da pele, com meninas nos coros a servir de laçarote neste belíssimo embrulho.
Esta segunda edição fechou ao som dos aprumadinhos The Peakles, que evocam na sua indumentária (e exploram na sua música) a fase pré-Índia dos The Beatles, da qual os “Fab 4” saíram barbudos, desalinhados e geniais, mudando para sempre a história da música popular.
Esperemos não ter de esperar mais três anos até que o centro da cidade de Portimão volte a sentir o pulso ao rock. Vá, tudo a fazer figas.
Texto: Rui Coelho
Fotografia: Rita Barracha e Miguel N Duarte