PT  |  EN


Tudo ao Molhe e Fé no Carnaval


Terça, 1 Março 2022
Coordenadores: Inês Barracha e Karl Own



Foi bonita a festa, pá!


O MODO e a Medronho Academy fizeram match na vida e celebraram esse encontro ontem, no Miradouro das Caldas de Monchique, numa festa mais ou menos de Carnaval, pontuada pela fusão de rituais associados à época e outras influências - a marca d’água do MODO. «Mais ou menos» porque, ao que parece, a palavra «Carnaval» deriva do latim «Carnis levale», que significa «adeus à carne», e muito boa gente andou por ali a encher a boca de pão com chouriço, moelas e bifanas sem vergonha na cara.

«Tudo ao Molhe e fé no Carnaval» foi o mote para esta matiné, que se revelou uma riqueza em matéria de fantasia. Chapéus houve muitos: alguns saíram da oficina de disfarces ali montada; outros podiam ser e foram encontrados algures na Medronho Academy. Carregada de lembranças que o barman e dono Paulo Ramos trouxe das suas voltas ao mundo, e que é um restaurante, é um bar, é um circo - é o que quisermos e a imaginação permitir -, a Medronho Academy faz, sem surpresa, uma ode ao medronho, nomeadamente através de cocktails em que este fruto que prospera nos solos portugueses, sobretudo os algarvios, é protagonista.

A animação musical ficou a cargo de DJ Kobertor, que tanto é menino para brincar com discos como com fogo. E foi já no breu da serra de Monchique que se culminou o evento com a queima do entrudo. Segundo o povo, a queima de um boneco de pau com trapos velhos tem um simbolismo de expulsão de todos os males, purificação e recomeço; segundo a vivência concreta das coisas, teve a consequência de atirar a roupa que trazíamos para a máquina de lavar.

Texto Rui Coelho